segunda-feira, 25 de julho de 2011

Caso do Richard Schair


Empresa de turismo norte-americana organizou excursões pesqueiras na Amazônia e está sendo investigada sob suspeita de explorar o turismo sexual no Brasil.

A Wet-A-Line Tours é alvo de processos no Estado da Geórgia e também pelo Ministério Público Federal (MPF) no Amazonas que ingressou com uma ação penal por abuso sexual e incentivo à prostituição contra o empresário Richard Schair, segundo reportagens publicadas pelos jornais “The New York Times", “Folha de São Paulo”, “O Globo”, “Brisbane Times”, “CNBC”, “The Huffington Post” e “AOL Travel”.

A ação do MPF foi impetrada após denúncias feitas pela Fundação Nacional do Índio (Funai) do Amazonas de que mulheres estavam sendo aliciadas e estupradas por clientes da agência Wet-A-Line durante passeios organizados pela empresa.

Segundo investigações da Polícia Federal, ao menos 15 meninas foram vítimas de estupros e aliciamento nas viagens promovidas pelo proprietário da agência norte-americana, Richard Schair. A empresa, segundo a investigação, utilizava iates luxuosos, camuflados de pesca esportiva para estrangeiros.

A Ministra dos Direitos das Mulheres, Iriny Lopes e a Ministra de Direitos Humanos, Maria do Rosário confirmaram que já fizeram contato com os promotores para decidir se vão estabelecer uma comissão especial para investigar o caso. No dia 12 de julho Iriny Lopes também propôs um acordo entre o Governo Federal e os Estados da Amazônia Legal para o enfretamento da exploração sexual e melhor monitoramento das companhias de pesca na região.

Para organizar a ação, a Ministra Iriny Lopes vai se reunir com o Ministério da Pesca Sr. Luiz Sérgio, Ministério da Defesa Nelson Jobim, Ministério das Relações Exteriores Antonio Patriot, Ministério da Justiça José Cardozo, Ministério de Trabalho Carlos Lupi e o Presidente do FUNAI Márcio Meira.

A Policia Federal no Amazonas vão prosseguir uma investigação de cerca de 20 norte-americanos que também são suspeitos de exploração sexual de crianças nas Amazonas usando como pretexto excursões de pesca.

Além de Schair, cinco brasileiros são réus na ação penal. José Lauro Rocha da Silva, proprietário da agência de turismo brasileira, Daniel Geraldo Lopes, Juscelino de Souza Motta e os irmãos Admilson Garcia da Silva e Adilson Garcia da Silva.

As meninas são da cidade de Autazes, a 118 km de Manaus. As meninas, todas de origem indígena, dizem que eram aliciadas a participar dos passeios pesqueiros e também forçadas a se prostituir quando tinham menos de 18 anos, a mais jovem tinha 12 anos.

A organização “Equality Now” afirma que elas alegaram terem sido "vendidas como prostitutas". "No barco, teriam recebido bebida alcoólica e drogas e eram forçadas a praticar atos sexuais". O grupo diz que é a primeira ação a usar a Lei de Proteção às Vítimas do Tráfico de Seres Humanos para pedir indenização às supostas vítimas.

O proprietário da Wet-A-Line Tours, Richard Schair, nega as acusações de exploração sexual de crianças e adolescentes nos depoimentos à Polícia Federal. O empresário norte-americano tenta suspender temporariamente o processo que corre em seu país.

Ainda não há prazo para julgamento da ação no Brasil e nos Estados Unidos.

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